![]() |
Curt Nimuendajú durante trabalho de campo em área Canela (MA), 1935. Fonte: Acervo Cidade de Jena, Alemanha |
Curt Nimuendajú nasceu em Jena, Alemanha, em 1883. Veio para o Brasil aos 20 anos de idade e em pouco tempo se integrou aos Apapocuva Guarani no interior de São Paulo. Viveu com eles, foi adotado e batizado, recebendo o nome “Nimuendajú”. A partir de então, Curt, que tinha como sobrenome “Unkel”, passou a assinar o nome Guarani, Curt Nimuendajú, abrindo mão de seu nome de família.
Nimuendajú é incensado por vários antropólogos que beberam em seus artigos, publicações e escreveram sobre ele:
“Curt Nimuendajú é o pai fundador da Etnologia Brasileira, com obra mais alentada e relevante que a de todos nós que o sucedemos."
(Darcy Ribeiro)
"(...) foi guiado por um compromisso radical — ético, político, epistemológico e vital — com as formas de vida e a sorte dos povos indígenas”.
(Eduardo Viveiros de Castro)
"Alemão por nascimento, brasileiro por adoção, índio por identidade''
(Charlotte Emmerich)
“Quer que lhe mande uma história da minha vida? É muito simples: nasci em Jena no ano de 1883, não tive instrução universitária de espécie alguma, vim ao Brasil em 1903, São Paulo, e depois Belém do Pará, e todo o resto foi, até hoje, uma série quase ininterrupta de explorações”. “Disse ele com sua reputação já estabelecida no circuito internacional. Diante dessa parcimônia, não é de estranhar a curiosidade que cerca a pessoa e a vida desse pesquisador que durante 40 anos conviveu com mais povos indígenas do que qualquer outro viajante antigo ou antropólogo moderno.”
(Carta de Curt Nimuendajú a Herbet Baldus,
comentada por Thekla Hartmann)
“Nimuendajú sempre procurou escapar da vida acadêmica (...) ‘Jamais ocupei uma cátedra; tudo o que aprendi acerca de índios foi no meio deles, sobre uma esteira. Se os rapazes quiserem que lhes ensine o que aprendi, terão que se sentar aqui comigo’.”
(Helena Welper citando relato de Nunes Pereira)
"A etnologia (...) se divide, a bem dizer, em dois períodos: antes e depois de Curt Nimuendajú. A experiência do então jovem autodidata alemão, que veio ao Brasil no início deste século [XX], foi revolucionária..."
(Egon Schaden)
![]() |
Curt Nimuendajú entre os índios Canela (MA), 1935. Fonte: Museu Nacional / UFRJ/ Celin, Rio de Janeiro |
Morreu no Amazonas em 1945, entre os índios Tikuna.
Seu espólio foi queimado junto ao Museu Nacional na noite de 2 de setembro de 2018. Porém, graças ao trabalho de anos do Centro de Línguas Indígenas (Celin) de catalogação e digitalização, uma parte de seu legado foi salva.