O FILME

FILME EM PROCESSO
Animação 2D | Ficção | HD | 75 min.
Conclusão 2021




SINOPSE

Nimuendajú – “aquele que conquistou o seu lugar no mundo”.

Filme de animação baseado na história verídica do etnólogo alemão Curt Nimuendajú, que viveu no Brasil de 1903 até sua morte. Dedicou sua vida à paixão pelas culturas indígenas brasileiras, sendo adotado e batizado por vários povos com quem conviveu, entre eles os Guarani, Apinayé, Canela-Ronkokamekra e Tikuna, retratados no filme.

A sobrevivência desses grupos e a preservação de sua cultura se tornaram o objetivo de uma luta pessoal implacável. Consciente dos males e do poder de fogo de seus oponentes - os latifundiários, o governo brasileiro e a opinião pública sobre os povos indígenas - Curt Nimuendajú age, provoca e lidera ações para desarmar os ataques do mundo hostil que o rodeia.

Ele morreu na Amazônia em 1945, sob circunstâncias até hoje misteriosas.


O FILME

NIMUENDAJÚ tem início em 1905, quando o jovem alemão Curt Unkel, de 22 anos, recém chegado ao Brasil, passa a morar com o povo Guarani, no interior de São Paulo. Curt é batizado por eles como Nimuendajú, que significa “aquele que soube abrir o seu próprio caminho no mundo e conquistou o seu lugar”.

O público vai acompanhar o andarilho Curt através das aldeias indígenas do interior do país. Mais do que um pesquisador sobre os povos, Curt compartilha sua intimidade com eles, cruzando a linha sempre conflituosa entre o mundo “branco” e o mundo indígena. Da convivência nas aldeias nascem relações de amizade, casamentos e compadrios que causam conflitos, principalmente com os vizinhos interessados nas terras dos índios. Curt leva surra de capangas, é preso e difamado, mas porta-se como um velho e bom “osso duro de roer”.
O filme acompanhará 25 anos intensos da vida de Curt Nimuendajú, “alemão de nascimento, brasileiro por opção e indígena de coração”, alguém que aprendeu com os índios a afastar tempestades e a atirar - e acertar! – em maus espíritos.

NIMUENDAJÚ é um filme de ficção de época, em animação, que segue os princípios básicos da animação tradicional. Entretanto há uma peculiaridade que é o fato do desenho animado, neste caso, ser construído sobre uma base filmada (live action). O motivo desta opção técnica e estética se deve ao desejo de preservar os sons ambientes das aldeias, os diálogos e cantos em línguas indígenas; também de retratar da maneira mais fiel os povos envolvidos com esta obra, seu vocabulário visual, seu cotidiano... Usamos método semelhante ao de VALSA COM BASHIR (Ari Folman, Israel / 2008), o de filmar antes de animar, mas com a diferença de não trabalharmos exclusivamente em estúdio (com atores profissionais), mas também filmamos “in loco”, com os índios: Aldeia Patizal (povo Apinayé, do Tocantins), Aldeia Escalvado (povo Canela-Rankokamekra, do Maranhão)  e Aldeia Sapukai (povo Guarani, Rio de Janeiro).

O projeto teve a adesão entusiástica dos povos Apinayé, Canela e Guarani, que tiveram um papel relevante na vida pessoal e na jornada científica de Curt Nimuendajú. Essas filmagens nos possibilitaram a recriação de alguns rituais que estavam em desuso, pois infelizmente alguns deles estão atualmente extintos, porém com as descrições minuciosas e fotografias de Curt, os índios se animaram a refaze-los para o filme.

Algumas histórias precisam ser contadas para que seja possível uma compreensão mais ampla do que é o Brasil hoje. A relação com os povos indígenas é o estofo político, sociocultural e afetivo do filme NIMUENDAJÚ.